domingo, 27 de novembro de 2011

Novidades vindas da França!

Os cantores franceses que eu gosto costumam demorar muito pra lançar seus discos, mas sempre que lançam um álbum novo, vale bastante ter esperado. O bom é que as gravadoras lá costumam investir bastante na produção e no design, e quase sempre vemos um resultado de bom gosto.
Eu tenho que admitir que não conhecia a cantora Lorie e só fui conhece-la recentemente por uma sugestão no twitter, e adorei a música Dita. O clipe é simples mas muito bonito. O álbum Regarde-Moi, de onde esse single foi tirado, foi lançado essa semana. 


Outro cantor francês que está lançando coisa boa é o Christophe Willem. Desde que ele fez uma versão de Sensitized da Kylie, com participação da própria, eu acompanho o trabalho dele e gosto bastante de quase tudo que ele lançou. A música nova dele se chama Cool e é o primeiro single do álbum Prismophonic. 


E por último, Mylene Farmer. Eu amo essa mulher. Mas é difícil de entender o que passa pela cabeça dela. Ela está lançando uma nova coletânea com todos os singles que saíram depois de Les Mots, sua primeira coleção de hits. Para começar, a capa tanto do single quanto da coletânea são pavorosas (por mais que Mylene nunca tenha sido famosa pela beleza de suas capas). A música é mais do mesmo, não apresenta nenhuma novídade, mas no caso de Mylene Farmer isso não é uma coisa ruim. A maior decepção para o colecionador viciado que existe dentro de mim foi o single ser lançado apenas para download, sem remix ou b-side, sendo o primeiro single da carreira inteira dela a ser lançado dessa maneira. A coletânea "2001-2011" vai ser lançada em Dezembro. 

domingo, 13 de novembro de 2011

Rebecca & Fiona - Jane Doe

A dupla sueca Rebecca & Fiona acabou de lançar o clipe do single Jane Doe. Elas já tinham lançado alguns singles antes, mas foi Jane Doe que capturou a minha atenção e me deixou bem ansioso para o disco de estréia delas, "I Love You Man", que sai daqui três dias no país natal delas.
O clipe é um show a parte, vale a pena conferir!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

5 capas de disco por Pierre Et Gilles

Amanda Lear - Diamonds For Breakfast (1980)

Arielle Dombasle - Extase (2002)

Erasure - Wild (1989)

Marc Almond - Enchanted (1990)

Etienne Daho - La Notte La Notte (1984)

Nos tempos em que vivemos pode até parecer piada falar sobre a importância do encarte de um disco ou cd. Mas é inegável que um disco com uma capa bonita atrai muito mais a atenção de um possível ouvinte do que um com capa feia, com uma foto genérica do artista e um fundo tosco feito em cinco minutos no photoshop. As capas dos disco são tão importantes quanto as faixas inclusas neles. São as capas que reforçam a imagem que o artista quer passar. A imagem que involuntariamente associamos as músicas.
O dia em que as grandes gravadoras perceberem que um produto de qualidade vende bem, independente da pirataria, quem sabe não teremos produtos mais decentes sendo oferecidos?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Dancing, laughing, drinking, loving

Julho de 1981. O mundo estava assistindo todo o movimento da disco music ser enterrado sem piedade alguma. Um novo instrumento estava conquistando pouco a pouco seu lugar no coração do público: o sintetizador.

A dupla Soft Cell estava prestes a lançar seu segundo single. O primeiro trabalho da dupla, chamado Memorabilia, passou despercebido, fazendo sucesso apenas em casas noturnas. A gravadora dos dois fez um ultimato e informou Marc Almond e Dave Ball que se o segundo single da dupla tivesse o mesmo fim do primeiro, seria o ultimo.

Eles escolheram lançar então um cover. Mas para a maior parte do público, Tainted Love era uma canção original, pois a versão original da cantora Gloria Jones nunca fez sucesso.

O single teve um sucesso esmagador e instantâneo. Atingiu a primeira posição no Reino Unido e em mais 17 países, e entrou no top 10 de todos os países onde foi lançada. Se tornando uma das canções mais conhecidas e emblemáticas da década de 80.


Os meses seguintes foram o oposto do que se imagina. O sucesso, apesar de contribuir de maneira positiva para o desenvolvimento criativo da dupla, significou uma pressão terrível para o vocalista Marc Almond. Por mais que já estivesse acostumado a sofrer abusos de pessoas pouco desenvolvidas intelectualmente, ele não estava preparado para se tornar inimigo numero um das pessoas defensoras da moral e dos bons costumes. A mídia já alertava o povo sobre a maneira pouco convencional que o cantor vivia sua vida pessoal e fazia especulações sensacionalistas sem o menor fundamento. Almond reagiu a tudo isso da única maneira que sabia: chocando as pessoas mais ainda.

O álbum Non-Stop Erotic Cabaret já foi lançado e recebido com enorme êxito. Mas o público teve uma surpresa enorme ao encontrar canções sobre assuntos que iam de cinemas pornográficos, garotos de programa e sadomasoquismo até depressão e suicídio.

Musicas como Entertain Me já mostravam desde cedo a opinião da dupla sobre o mundo do entretenimento e das exigências feitas por sua gravadora. Secret Life conta a vida dura de um homem casado que sofre chantagem do amante. Seedy Fims descreve uma ida a um cinema pornô e um encontro acontecendo durante uma sessão.

O sucesso e a pressão da fama fizeram com que a dupla não resistisse muito tempo unida e rompesse depois de lançar mais dois álbuns. Os dois estavam abusando do uso de ecstasy e sofrendo muito dos nervos com todas as duras críticas que recebiam. Há quem jure que depois de ler uma crítica péssima do segundo disco do Soft Cell, Almond foi ao encontro do crítico com um chicote e o desafiou a repetir tudo que havia escrito. Hoje, mais sóbrios, os dois reconhecem que se não tivessem dado um fim a parceria, provavelmente não estariam mais aqui para contar a história.

Marc Almond seguiu com a carreira solo mais produtiva que eu conheço até hoje, abrindo mão com muita boa vontade do sucesso comercial para fazer o que bem quisesse com seus discos, e ocasionalmente lançando um single de sucesso.

O sucesso de Tainted Love é tão grande até hoje que infelizmente fez muita gente ignorar o resto do material da dupla. Muitas vezes essas listas infelizes de one-hit-wonders classifica a canção como o único hit da carreira do Soft Cell, um dado totalmente errado. De fato, Almond e Ball não fazem questão de esconder o ódio que sentem pela música, tendo se recusado inúmeras vezes a toca-la em apresentações.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A pequena era do gelo

Uma das melhores descobertas que eu fiz nos últimos tempos foi a banda espanhola Fangoria. Eu ainda estou conhecendo melhor a extensa discografia deles, mas se o trabalho todo deles for bom como o último disco de estúdio lançado eu já posso assinar minha carteirinha de fã.
O álbum Absolutamente foi lançado em 2009 e teve só 3 singles, e a música que eu mais gostei foi La Pequeña Edad De Hielo.
A coisa mais legal no Fangoria é a preocupação da banda em lançar discos esteticamente bonitos. Para um colecionador compulsivo como eu não tem coisa melhor do que desembolsar seu dinheiro em troca de um produto de alta qualidade! Vejam a foto da edição especial do Absolutamente, chamada Completamente:

domingo, 10 de abril de 2011

Parem as prensas: Vazou o clipe da Kakko!

Novidades sobre a carreira músical da minha querida Kakko são rarissímas. E, infelizmente, até uma boa alma decidir lançar o legado dela em CD, isso vai continuar assim.

Mas essa semana um milagre aconteceu e alguém subiu para o Youtube o clipe de estréia da cantora. Muitos duvidavam da existencia desse video, já que ele não deve ter sido exíbido muitas vezes na televisão e ninguém se lembra de ter assistido. E felizmente eu posso dizer que a espera não foi em vão, o clipe é maravilhoso!

Assim como a música, o clipe abusa de elementos chaves da mitologia PWL, como:

- Fundo chromakey sem sentido, check!
- Os mesmos dois dançarinos de sempre, check!
- Roupa que deixa o artista com aparencia estranha, check!
- Coreografia estranha, check!

E também, como um bonus para os detalhistas, temos os MESMOS sapatos dançantes do clipe Listen To Your Heart da Sonia fazendo aparições por todo o clipe.

Tudo isso contribui para que o clipe seja um clássico instantaneo. E depois de tantos anos, podemos ver que mesmo com todos os contras, Kakko merecia ter feito pelo menos um pouco mais de sucesso. Tomara que a aparição desse clipe contribua, nem que um pouquinho mais, para que as pessoas conheçam essa pérola e possam aprecia-la.

Discografia Básica: Disco Defenders

Que o Alcazar é a minha banda favorita já não restam dúvidas. Podem falar o que quiser, não estou nem aí. Uma banda autentica desde o início, que nunca se vendeu para tendências ou vontades de gravadoras.

Disco Defenders foi o terceiro álbum deles, e último até então. O cd tem 12 músicas e um remix, e todas se destacam. Diferente dos dois primeiros álbuns, eles não tiveram vergonha de mostrar o lado mais cafona do grupo, apostando no rosa choque e em todos os elementos kitsch possíveis.

O disco abre com We Keep On Rockin, uma música que não é muito diferente do que o público já estava acostumado a ouvir do Alcazar, mas não por isso soa repetítiva. A música abusa de elementos disco, em alguns momentos lembra até a abertura da série As Panteras, e deixa claro que o grupo nunca vai abandonar as raízes.

Burning é a mais dançante e mais genérica do disco, apesar de ser uma música ótima, podia ter sido lançada por qualquer outro artista pop. Mas não por isso não deve ser aproveitada como a excelente música que é. Além de tudo, tem um ótimo clipe. Era pra ter sido um single no Reino Unido, mas acabou sendo cancelado.

Stay The Night é o maior sucesso do álbum e com razão. A performance no Melodifestivalen é de tirar o fôlego e se tornou um clássico desde então. A música foi composta pelo próprio grupo e mostra um lado mais safadinho deles.



O disco segue com as ótimas From Brazil With Love e Inhibitions, duas lindas. Uma conta sobre uma viagem de Andreas ao Brazil, abusando do clichês brasileiros, e a outra tem uma pegada mais pesadinha, com guitarras e tudo mais, coisa anormal em músicas do Alcazar, mas sem perder o toque disco.

Harlem Nights viaja no tempo e relembra os anos 40. A canção foi um dos pontos altos na turnê promocional do album pela Suécia.
Jump Straight Into The Fire e My, My, Me And Mine são as outras duas músicas no disco que mais lembram o material antigo do Alcazar, e por isso acabam perdendo um pouco do brilho, mas não deixam de ser boas.

Depois chega a música que eu menos gosto no álbum: o cover de Funkytown. Não acho que a música seja ruim, mas é um pouco comprida demais, podia terminar um minutinho antes e não faria diferença.

Put The Top Down tem uma letra um tanto quanto estranha mas é uma música linda, recomendada para ouvir num dia ensolarado.

A última do disco é a mais fofa, Thank You é uma espécie de carta aberta de agradecimento a todas as bandas que fizeram parte da vida do grupo. Obviamente a banda que mais vem na cabeça ao ouvirmos a música é o ABBA, que deve ter influenciado no mínimo 99% dos artistas que nasceram na Suécia nos anos 70.

Depois disso ainda temos de presente um remix de Stay The Night feito pelo irmão do Andreas, Fredrik Lundstedt, que já remixou inúmeras músicas do repertório do irmão.

O Alcazar é uma banda que em 10 anos conseguiu um lugar seguro no coração do público sueco, e mais milhares de fãs espalhados pelo resto do mundo.
Eles certamente não mudaram o mundo da música, não inovaram, não se tornaram ícones e nem escreveram hinos de gerações, há ainda quem diga que não contribuíram em nada para a história da música.

Mas desde o início tiveram a coragem de se manter autenticos e só lançaram as músicas que quiseram. Na época em que a moda era ter um rapper fazendo um "featuring" na sua música, eles samplearam uma musica do Chic. Enquanto inúmeros cantores famosos mundialmente ainda cantavam músicas com nome de mulher, antes de estar na moda ser um artista gay, dois integrantes do grupo eram abertamente homosexuais e não escondiam sua vida pessoal com medo da opinião pública.
E hoje em dia enquanto a música pop faz mais um "retorno" e vários artistas são chamados de inovadores por lançaram músicas semelhantes ao que o Alcazar sempre fez, o grupo continua firme e forte, trabalhando com o estílo musícal que defendeu desde o início. Só por isso eles já merecem o título de Disco Defenders para sempre!