domingo, 10 de abril de 2011

Discografia Básica: Disco Defenders

Que o Alcazar é a minha banda favorita já não restam dúvidas. Podem falar o que quiser, não estou nem aí. Uma banda autentica desde o início, que nunca se vendeu para tendências ou vontades de gravadoras.

Disco Defenders foi o terceiro álbum deles, e último até então. O cd tem 12 músicas e um remix, e todas se destacam. Diferente dos dois primeiros álbuns, eles não tiveram vergonha de mostrar o lado mais cafona do grupo, apostando no rosa choque e em todos os elementos kitsch possíveis.

O disco abre com We Keep On Rockin, uma música que não é muito diferente do que o público já estava acostumado a ouvir do Alcazar, mas não por isso soa repetítiva. A música abusa de elementos disco, em alguns momentos lembra até a abertura da série As Panteras, e deixa claro que o grupo nunca vai abandonar as raízes.

Burning é a mais dançante e mais genérica do disco, apesar de ser uma música ótima, podia ter sido lançada por qualquer outro artista pop. Mas não por isso não deve ser aproveitada como a excelente música que é. Além de tudo, tem um ótimo clipe. Era pra ter sido um single no Reino Unido, mas acabou sendo cancelado.

Stay The Night é o maior sucesso do álbum e com razão. A performance no Melodifestivalen é de tirar o fôlego e se tornou um clássico desde então. A música foi composta pelo próprio grupo e mostra um lado mais safadinho deles.



O disco segue com as ótimas From Brazil With Love e Inhibitions, duas lindas. Uma conta sobre uma viagem de Andreas ao Brazil, abusando do clichês brasileiros, e a outra tem uma pegada mais pesadinha, com guitarras e tudo mais, coisa anormal em músicas do Alcazar, mas sem perder o toque disco.

Harlem Nights viaja no tempo e relembra os anos 40. A canção foi um dos pontos altos na turnê promocional do album pela Suécia.
Jump Straight Into The Fire e My, My, Me And Mine são as outras duas músicas no disco que mais lembram o material antigo do Alcazar, e por isso acabam perdendo um pouco do brilho, mas não deixam de ser boas.

Depois chega a música que eu menos gosto no álbum: o cover de Funkytown. Não acho que a música seja ruim, mas é um pouco comprida demais, podia terminar um minutinho antes e não faria diferença.

Put The Top Down tem uma letra um tanto quanto estranha mas é uma música linda, recomendada para ouvir num dia ensolarado.

A última do disco é a mais fofa, Thank You é uma espécie de carta aberta de agradecimento a todas as bandas que fizeram parte da vida do grupo. Obviamente a banda que mais vem na cabeça ao ouvirmos a música é o ABBA, que deve ter influenciado no mínimo 99% dos artistas que nasceram na Suécia nos anos 70.

Depois disso ainda temos de presente um remix de Stay The Night feito pelo irmão do Andreas, Fredrik Lundstedt, que já remixou inúmeras músicas do repertório do irmão.

O Alcazar é uma banda que em 10 anos conseguiu um lugar seguro no coração do público sueco, e mais milhares de fãs espalhados pelo resto do mundo.
Eles certamente não mudaram o mundo da música, não inovaram, não se tornaram ícones e nem escreveram hinos de gerações, há ainda quem diga que não contribuíram em nada para a história da música.

Mas desde o início tiveram a coragem de se manter autenticos e só lançaram as músicas que quiseram. Na época em que a moda era ter um rapper fazendo um "featuring" na sua música, eles samplearam uma musica do Chic. Enquanto inúmeros cantores famosos mundialmente ainda cantavam músicas com nome de mulher, antes de estar na moda ser um artista gay, dois integrantes do grupo eram abertamente homosexuais e não escondiam sua vida pessoal com medo da opinião pública.
E hoje em dia enquanto a música pop faz mais um "retorno" e vários artistas são chamados de inovadores por lançaram músicas semelhantes ao que o Alcazar sempre fez, o grupo continua firme e forte, trabalhando com o estílo musícal que defendeu desde o início. Só por isso eles já merecem o título de Disco Defenders para sempre!

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