Rainha da disco, primeira dama do amor ou bad girl, Donna Summer foi sempre a primeira artista a ser mencionada quando o assunto era disco. Ninguém representou tanto um estilo musical como Donna representou a disco music e o curto período em que esse estilo reinava nas rádios e pistas de dança, e isso diz muito se pararmos para pensar que a maioria dos artistas desse gênero, mesmo tendo suas músicas tocadas em toda formatura que se preze, não são conhecidos pelo grande público.
Uma idéia que tem se mostrado bem comum na maioria dos obituários (em sua maioria visivelmente feitos sem uma pesquisa muito aprofundada) é a de que Donna era apenas uma cantora porta-voz e que todo o crédito pela genialidade de músicas como I Feel Love, Love To Love You Baby e Bad Girls é dos produtores Giorgio Moroder e Pete Bellotte, o que não passa de um enorme equívoco.
Donna se empenhava tanto quanto seus produtores na elaboração e no desenvolvimento de seus discos. Foi dela que veio o conceito do álbum I Remember Yesterday, que termina de maneira quase profética com I Feel Love, uma canção criada para representar a dance music do "futuro". Outro disco conceitual, Once Upon A Time, foi inteiramente bolado por Donna e seus parceiros em apenas 3 dias, e a entrega ao processo criativo foi tão grande que ela precisou ser hospitalizada por exaustão após o término do trabalho.
Esse tipo de trabalho foi o que diferenciou Donna de suas colegas de disco music e faz com que ela seja lembrada e respeitada até hoje. No seu auge ela foi ambiciosa e inovadora como ninguém mais ousou ser, e qualquer um que ouve os discos lançados por ela de 75 até 79 pode perceber que há ali muito mais que simples música feita para dançar.
E a música fala por si própria.
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