sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Kathryn Grayson

Hoje acordei com a noticia da morte de Kathryn Grayson. Eu podia falar que para mim ela não morreu porque o legado dela está bem guardado em dvd aqui na minha casa, mas vou privar vocês de minhas emoções baratas e contar um pouco do que eu sei sobre ela.

Em um de seus primeiros papéis ao lado de Mickey Rooney em A Secretária de Andy Hardy (1941)

Mesmo trabalhando para o melhor estúdio de Hollywood (a imponente MGM) e fazendo parte do "melhor time de estrelas do mundo" ela sofria de um certo preconceito por parte dos produtores mais conceituados e só lhe restavam os musicais considerados mais bregas ao lado de astros não tão famosos como Mario Lanza e Frank Sinatra (pasmem!).

O que a diferenciava de outras atrizes do ramo eram suas excelentes habilidades como soprano, que de tão boas faziam as pessoas ignorarem o fiasco que ela era ao dançar (ao estrelar Kiss Me Kate com a dançarina Ann Miller ela sofreu um bocado por isso).

Ao lado de Frank Sinatra para o filme Beijou-me Um Bandido (1949)

A coitada passou por poucas e boas nas mãos de produtores e diretores, como quando estava gravando a faixa sonora para sua participação no desastroso Ziegfeld Follies de 1946. Os diretores queriam que ela encerrasse o filme atingindo uma nota altissima. Mesmo sob a forte pressão do diretor musical Roger Edens ela não conseguiu atingir o resultado esperado e foi retirada do estúdio tendo que ouvir: "eu achei que você fosse uma cantora". Resultado: o ultimo verso da canção de Kathryn no filme foi gravado por outra soprano e é assim que a cena foi exibida no filme. Hoje em dia, no tempo dos high school musicals, isso pode não parecer uma coisa muito séria, mas para uma cantora como ela foi uma das maiores desfeitas possíveis.

Episódios como esse talvez tenham contribuído para ela tentar abandonar a MGM para virar dona de casa três vezes, e em todas elas foi convencida ao contrário por Louis B. Mayer, que fingiu ter um ataque epiléptico para sensibiliza-la. Depois de um tempo deve ter sido o próprio que assinou a demissão dela quando seus filmes já não rendiam tanto quanto antes e filmes musicais não eram mais uma fonte segura de dinheiro.

Com Ann Miller para o filme Dá-Me Um Beijo (1953)

Depois de afastada do cinema ela não teve nenhuma das atitudes tristes de estrelas que caem no esquecimento, se aproveitou da experiencia como soprano para ser professora particular de canto das mais requisitadas e viveu assim até hoje.
Então fica aqui minha homenagem a ela por todas as horas de felicidade que já passei na frente da TV, por todas as lágrimas que derramei com O Barco Das Ilusões e por todas as musicas que cantarolei pela vida afora.

3 comentários:

Rafael disse...

eeeeeeeeeeee, que lindo! Amei.

Renata disse...

adoro os seus posts, rao! e adoro como você sabe a vida de algumas beldades que não deveriam ter sido esquecidas!

beijos

Unknown disse...

Não deveriam ter sido esquecidas mesmo! Mas é a vida!

Beijos Rê!